quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ser mãe...

Me tornei mãe naquele 19 de Outubro de 2009. Foi uma experiência única, que acho que nunca mais vou ter igual.
Eu pari.
Não, não foi um parto normal, não foi dentro de uma banheira, e eu não tive horas de contração. Mas eu sou mãe, igual quem teve bebê de parto normal, sem anestesia, de cócóras no meio do mato.
Não sou menos que ninguém, só porque precisei marcar uma cesárea.
É precisei. Eu não poderia ter parto normal. E antes de virem com "não existe essa de não poder ter parto normal" explico.
Em primeiro lugar, tive a Beatriz pelo SUS. E pelo menos aqui em Campinas, não tem essa de cesárea no SUS. Simples. É tudo parto normal. A não ser que você traga uma carta de outro médico explicando o porque de não poder ter um parto normal, e olhe lá ainda.
Em Segundo lugar, eu nasci com uma cardiopatia congênita. Operei quando era mais nova que a Beatriz ainda, e meu coração é diferente. Um átrio e um ventriculo dele é menor, e ficou invertido, a parte menor tem de bombear sangue para o corpo todo, e a maior, só para o pulmão. Sendo que, em todas as outras pessoas, é o contrário.
Quando estava grávida não fazia questão de parto normal, ou cesárea, pra mim sempre tanto fez. Mas de início optei por um parto normal, porque a recuperação é bem melhor, e tenho um pequeno pânico de corte, anestesia, pontos e coisas do tipo. Estava tudo certo, até eu ir no meu cardiologista.
Lá ele me desiludiu completamente, não tinha chances de eu ter um parto normal e ele explicou o porque. A parte do meu coração que bombeava sangue para o meu corpo, por conta de todos os remendos (rs) poderia não aguentar, simples. O risco era grande.
E para mim, é mais válido estar viva para cuidar e educar minha filha, do que ter uma história bonita de um parto normal.
Então foi decidido, seria cesárea. O cardiologista fez todo um laudo explicando, e o procedimento anestésico também seria diferente, e levei para a maternidade.
Lembro até hoje, era uma quinta feira e fui para uma consulta normal, já estava de 40 semanas, a médica olhou pra mim e falou " Então vamos ter de marcar uma cesarea mesmo, que tal, amanhã?". Entrei em pânico e fiquei um tanto nervosa, resolvi marcar para a Segunda - Feira, dia 19.
E assim foi.
Foi minha decisão, foi o momento mais lindo da minha vida, e não sou menos mãe por isso, não mesmo.
E acho ridículo quem fica nessa de "menos mãe" e "sou foda porque tive um parto normal". Foi sua escolha?Ok. Mas isso não faz de você melhor que ninguém.
Os bebês que nascem de cesárea sofrem mais?Não sei, nasci de cesárea e não me lembro. Quando a Beatriz crescer, eu pergunto para ela como foi. (:

3 comentários:

Vanessa e Enzo disse...

Não existe essa de não poder ter PN? Idiota quem fala ou pensa isso! Não pude ter PN, e diferente de vc não tenho "remendo" no coração, mas tinha mioma - vários, tantos que era desiludida quanto a possibilidade de ser mãe, ou pelo menos ficar grávida de maneira natural, o tanto que mexeriam no meu útero e mais uma parte de um ovário que tiraram forçariam um tratamento de fertilidade. Eis que operei (uma mini cesárea pra tirar de mim os monstrinhos que me habitavam). E um ano depois engravidei no susto (foi tão susto que depois descobri que o pai do bb não prestava e hoje sou mãe solteira pq prefiro estar sozinha que mal acompanhada - imagina se planejamento envolveria isso hauhauahuahua). E quando o Enzo completou 12 semanas descolamento de placenta. Depois um intruso (mioma filho de uma mãe) começou a crescer junto com o meu bb. Resultado? Eu tive uma barriga tão grande que o povo perguntava se era TRIgêmeos!! Preciso dizer que a gestação era de risco? Óbvio que a cesárea foi necessária e "MATO" quem ousar pensar que sou menos mãe por causa disso! Então, junte aí, dois motivos que ILUSTRAM BEM, não poder ter filho por PN e jogue na cara da desinformada que falar uma asneira dessa hauhauahuaha (sei não mas hj eu to um pouco revoltada né? kkk)

Laudiane disse...

Oi linda
Você sabe que sempre faço esses questionamentos.
O que na verdade nos torna verdeiramente mães...
Eu por motivos N tbém não pude ter um PN, e fico emputecida quando vejo discussões a cerca desse assunto....
O que nos torna mães é o amor incondicional que temos por eles e só...
Julgamentos me irrita profundamente
Beijos LInda e sua baby cada dia mais fofa
LIndos dias

Din disse...

Concordo em gênero, número e grau!