segunda-feira, 28 de março de 2011

Bullying, aqui não.

Me lembro como se fosse hoje do meu primeiro dia de aula na escola de Ensino Fundamental (1º série!), minha mãe me levou até o portão da escola, e ficou ali comigo esperando a hora de entrar. Mostrou uns meninos maiores do que eu, e me falou " Ta vendo aqueles meninos?Então, não mexe com eles porque se não eles te batem". Eu sempre fui respondona, e acho que a minha mãe sabia a filha que tinha. Mas foi dado o aviso, e eu o respeitei.
Vale lembrar que, tanto um quanto outro menino, até hoje os encontro por ai, muito amigáveis, hoje já tem suas famílias, sempre falam comigo. E eles não eram nada daquilo de valentões.

Sempre fui gordinha, nada demais, e isso nunca me impediu de brincar com outras crianças, ter amigos, praticar esporte, nada. Lógico que eu tinha minhas limitações, mas só quem poderia mudar aquilo ali, era eu. E fui ensinada assim. Se eu não quisesse ser chamada de gorda, que emagrecesse. Afinal, só quem tinha controle daquilo ali, era eu.

Minha mãe sempre me ensinou a lei da reciprocidade, o que acho muito útil. É algo como, não quer que façam com você, não faça. Se fizer, não reclame quando alguém fizer com você. Fim.

Com isso, acredito que bullying está diretamente ligado a educação. A educação que vem de " berço " e a educação de fora - escola - que você escolheu para o seu filho.

O problema maior - desculpe minha falta de sensibilidade - é os pais querendo criar coitadinhos. Você enche seu filho de porcaria a vida toda, ele cresce acima do peso, na escola ganha apelidos, e ao invés da mãe incentivar o filho a emagrecer, quer culpar o agressor SOMENTE o agressor. Não que quem faça isso não tenha 'culpa', lógico que tem. Mas crianças são assim, dão apelidos uns aos outros, e todos nós já fizemos isso um dia, hipócrita dizer que não.

Hoje em dia, tudo é bullying. Na minha época se você era gordo, era rolha de poço. Se era magro, era Olivia Palito, se usava óculos era quatro olhos. E ninguém morria por causa disso. A escola mandava bilhetinho para casa se houvesse alguma briga na escola por conta disso, mas havia essa comunicação e atitude: escola x família.

Agora, parece que estão cada vez mais distantes. Hoje em dia precisa chamar policia para resolver um problema de agressão dentro da escola, sendo que, isso é sim responsabilidade da escola de controlar os alunos que ali estão. E também, da família, de educar essas crianças e não esperar que essa educação parta somente da escola.
Se você controla tudo isso do início, seja aconselhando seu filho em casa, seja na educação de berço, ou até mesmo a escola punindo os alunos na primeira "tentativa" digamos assim, certas atitudes extremas se tornam desnecessárias.

Aprendi minha infância toda que aparência, não é o que conta. Que existe muito mais além daquilo que vemos, além da pessoa ser gorda, ou magra. E que uma pessoa pode ser legal, mesmo sendo diferente da gente.
Lógico que já se passaram mais de 10 anos disso, e hoje no mundo em que vivemos em que usamos a imagem para quase tudo, é complicado conseguir ensinar isso para as crianças, sendo que nem alguns adultos entendem isso. Porque sinceramente, não sei qual a vantagem de se orgulhar de se magro, ou alto.

Ontem no twitter vi gente falando que foi uma vitória falar para o " agressor " coisas como " olha como sou magra agora ", sinceramente, a partir do momento que você faz isso, você se iguala a ele. A uma pessoa que, provavelmente, só o que importa é a "casca" .

Sinceramente, com essa " onda " de bullying se torna muito mais difícil educar uma criança sem o tornar um coitado. Sem ele usar a muleta do bullying durante a vida toda. Ensinar que podemos tirar proveito de certas situações, não sendo coitados, mas aprendendo com essas experiências.

Afinal, quanto mais cedo aprender que nem todo mundo é obrigado a aceitar você só porque você é assim, ou assado, melhor. Porque na escola, ainda tem pai, mãe que passa a mão na cabeça - e os tornam o eterno coitadinhos - mas na vida adulta, ninguém te da colo e fala que todos lá fora são maus!










Beijos
=*

3 comentários:

@raquelapenas disse...

Falou e disse dona kipolêmica kkkkkkkkkkkkkk

Eu concordo com as coisas q disse, como eu falei no meu post sobre racismo, cabe a nós ensinar respeito a nossos filhos.

Se as crianças souberem respeitar, não importa. vão tirar de letra qualquer situação.

Cabe a nós ensiná-los o q é certo e o q não!

Bullying pra mim é plena falta de respeito e educação!

Lara disse...

Kira,

Sempre que o assunto bullying surge eu fico pensando cá com meus botões: No fundo tudo isso se deve ao fato de que ninguém que assumir responsabilidade. Nem pais, nem escola, nem sociedade.

Os pais não querem ter o 'trabalho' de repetir 500 vezes para o seu filho pequeno que chamar o coleguinha de feio/gordo/orelhudo/zarolho é falta de respeito e não é assim que as pessoas devem ser tratadas porque as pessoas são mais do que os defeitos e que o importa é as qualidades dela, isso sim que devemos enxergar. Mas fazer isso dá trabalho é melhor deixar que a pró da escola resolva.

A pró por sua vez não tá ali para dar educação doméstica e nem poderia fazer isso sozinha, afinal como educar 20 crianças em uma sala de aula?
E, a sociedade tá virando avastruz, enfiando a cabeça cada dia mais no buraco do próprio umbigo e só olhando para si. " Isso não é comigo e nem com meu umbigo" como diz um ditado aqui no nordeste.

É mais fácil dizer para o seu filho que ele é coitado e passar a mão na cabeça, do que apontar o erro/defeito dele e pegar na sua mão e dizer " vamos meu filho, vou te ajudar a resolver isso" Emagracendo, engordando ou simplesmente aceitando-se como ele é.

Gisele Buss disse...

Bom, meu comentário nem é sobre o post mais ai vai:
Conheci o blog a partir do blog clube da Lulu, vi um post e em 3 dias jah tinha lido o blog todo, do primeiro ao ultimo post.
Ameeeeei a ideia de fazer um blog pra filha, até porque dá pra trocas idéias com outras mães e talz.

Apoio muito a sua opinião de: "vou fazer aquilo que acho melhor para minha filha". Até tem coisas que eu acho que quando eu tiver um filho(a) provavelmente não vou fazer, mas apoio super que vc faça, afinal é a sua maneira de criar sua menina.

Bom, que vc seja muito feliz com sua familia e agora vou acompanhar o blog!
;D

Bjs