terça-feira, 22 de março de 2011

E o respeito, vai bem?

Sempre fui acostumada a receber olhares e comentários de reprovação, as vezes por atitudes, muitas pelo modo de me vestir, portar, e minhas crenças.
Mas isso nunca me atingiu, de uma forma direta mesmo, aprendi a ignorar. E respeitar as outras pessoas, pelo que elas são REALMENTE não o que aparentam ser.
Apesar de que, hoje, a primeira impressão é sempre a que fica. E muitas pessoas não se dão ao trabalho - talvez por falta de interesse, outra pela mania de sempre julgar - de conhecer alguém de verdade, saber das suas ideias, crenças, costumes, ou o que ela realmente é por baixo daquela "casca".
Depois que me tornei mãe, comecei a me importar mais com isso, porque os olhares e comentários começaram a me incomodar. Sou nova, tenho tatuagem, piercing, alargador, já tive o cabelo de todas as cores imagináveis, uso roupas "não muito normais para os padrões maternos", e ando com uma criança linda a tira colo!
Me acostumei a pessoas perguntando coisas como: - E se quando ela crescer e quiser fazer tatuagem vai deixar?
E acredito, que é ai que entra a tal "Educação de Berço" .
E eu digo a vocês, que se um dia a Beatriz que seja com 15 anos, quiser fazer uma tatuagem, eu deixo. Eu vou com ela, procuro um bom profissional, converso bastante com ela para saber se realmente ela quer fazer. Afinal, é algo que é para a vida toda.
Minha primeira tatuagem foi com 15 anos, escondida, meu pai ficou sabendo 9 meses depois por que contei, tive a sorte de ter uma amiga - mais velha - que me levou ao local, totalmente limpo, seguro, perfeito, e ter o bom senso de fazer uma tatuagem pequena, discreta, e em um local que não me atrapalharia em busca de um emprego futuramente.
Porque sim, O PRECONCEITO EXISTE. 
Conheço muitas pessoas que no local de trabalho recebe olhares tortos e perguntas inconvenientes por conta de tatuagem, e até mesmo, perde venda, cliente, etc por conta disso. E isso nada mais é, do que preconceito. É clichê, mas tatuagem não muda carater.

Eu não quero que a Beatriz seja uma pessoa preconceituosa, apesar do preconceito existir dentro de todos nós, e seria hipócrita dizer que não existe. Dizer que você não fica preocupado quando chega na sua casa e vê um rapaz se aproximando de short e blusão, boné, e já pensa que pode ser assaltado, tudo por conta de um ESTEREÓTIPO.
Ai que entra a educação de berço, ensinar e dar exemplo. Afinal, somos o espelho para nossos filhos.

Preconceito e pre-julgamento existe em todo lugar. Você sofre isso pela sua crença, pelo seu estilo de vida, por ser homossexual, por sua raça.
E muitas das pessoas que se dizem livres desse "mal" é os que mais comete, principalmente, porque só sabe
defender suas crenças e ideias, ofendendo as dos outros.

Muitas vezes, comentei que não gostaria que minha filha achasse "correto" o fato de um casal homossexual se "pegar" na rua. Muitas vezes fui criticada por isso. E não acredito que isso seja preconceito da minha parte, afinal, seria bem hipócrita eu dizer isso.
Se a Beatriz um dia chegasse e me dissesse que é homossexual, entenderia, não julgaria, e RESPEITARIA essa escolha dela. Não apenas por ela ser minha filha, mas como respeito qualquer amigo meu que me conta algo do gênero, porque sim, tenho amigos homossexuais.
O que sou contra, é a vulgaridade. A falta de respeito com o próximo. Assim como não gosto da falta de respeito de um casal heterossexual se pegar (e quando eu digo se pegar, é aquela falta de respeito mesmo, que não preciso entrar em detalhes, afinal existem lugares - como motel - para fazer certas coisas) em um local publico, com a minha filha ali por perto, assistindo a tudo aquilo.

E isso não é absurdo, porque eu já vi. E isso não significa que todos seja assim, óbvio, mas o que quero dizer é que, não é porque você é homossexual, e existe uma lei que "obriga a todos te respeitar" que você deve desrespeitar os outros com certas atitudes.

E isso vale para TUDO, independente de ter uma lei ou não para isso.


E você, já sofreu algum preconceito?

6 comentários:

@raquelapenas disse...

Concordo sim, tomos somos preconceituosos, besteira dizer q não.
Meus irmãos são homossexuais, amo, respeito, mas tbm não gosto de agarração na minha frente, assim como qualquer outro casal hetero ou não, não importa, existem limites e respeito.

A coisa anda tão explícita atualmente e acredito q isso incentive bastante as crianças a explorarem a sexualidade tão novinhas, menininha com 12 ou 13 anos ficando grávida... um absurdo!

Embora eu tenha preconceito com muitas coisas, não deixo transparecer e claro RESPEITO, pq eu tbm gosto de ser respeitada...

Vanessa e Enzo disse...

Concordo com tudo.
Não quero que meu filho olhe torto pra ninguém por uma primeira aparência, desejo que ele respeite os outros por mais que os ache diferente e espero que tenham mais pais preocupados com tais valores do que com o próximo presente que vão dar ao pequeno, para que ele tb possa ser respeitado. Afinal, clichê ou não, somos únicos e é impossível agradar a todos. Por isso é legal que exista um limite no preconceito que carregamos (e bato de frente com que falar que não tem preconceito, e se for o caso peço a fórmula para tal perfeição) para que este abra espaço para o mais importante: RESPEITO.

Tenikey disse...

Respeito é bom e todo mundo gosta, esses questionamentos que fazem pra vc, tb fazem comigo, o q vc vai falar pra cecilia qnd ela perguntar tal coisa? o q vc vai fazer qnd ela quiser fazer tal coisa? bom... a principio a regra vai ser a mesma que foi pra mim ,só depois dos 18!
outro dia fomos no medico né, e tinha um menino cadeirante, a cecilia ficou olhando pra ele, mas nao chegou perto, ai ela olhou p mim e falou, mamae tb quero um carrinho.. ela achou q ele era um bebe mas estranhou por ele ser mto grande.

May Ishii disse...

Ami, acho que a partir do momento em que nos expomos publicamente, seja através de um blog ou até mesmo de um microblog (como o Twitter), estamos sujeitas a ouvir todo tipo de crítica e comentário. O Brasil é um país característico pela mistura de raças, e apesar de laico por lei, o Brasil é católico por km². QUÉDIZÊ, cada um acredita numa coisa, e mesmo aqueles que acreditam na mesma coisa, possuem pensamentos diferentes. Cada mãe é de um jeito, cada mãe educa da maneira que acha melhor. Relax and enjoy!

Bêjo nas duas!

May
http://studiomayishii.blogspot.com

Tassi Bach disse...

Respeito se consegue por mérito. Não é por que o cara é negro e homossexual que eu sou obrigada a respeitá-lo. Se ele não se dá o respeito, não o merece. Preconceito nós todas vamos sofrer, por que não somos perfeitas aos olhos da sociedade. Se é gorda demais, se é magra demais, se tem tatuagem, dread, se é negra... Enfim, não vamos ficar livres disso tão cedo. E nem nossos(a) filhos(a) vão ficar de fora disso, e teremos que conversar muuuuuuito sobre isso com eles. Que mundinho de merda, hein!?

Sílvia Renata disse...

Olha... acredito sim que todos fazemos um pre-conceito antes de conhecer, eu sofri com isso ja. Pessoas que me julgavam sem antes me conhecer hj dizem que pensam totalmenten diferente de mim, pois os esteriotipos realmente nos fazer pre-julgar mesmo, é fato...
Acredito que vc é uma das pessoas mais sinceras e verdadeiras que ja conheci - mesmo virtualmene - e me identifico com isso... então, querida, continue sendo sempre assim e manda pra pqp aqueles que te julgam antes mesmo d te conhecer...
Abraços