quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um tapinha não dói?


Desde que criaram aquela lei sobre não poder mais dar palmadinhas, eu estou para comentar disso, e na verdade, eu não tinha uma opinião formada sobre isso tudo.
Vale lembrar que, eu acho a lei errada. Acho invasivo. Acho que deveriam partir para a conscientização de que não, tapinha não educa ninguém.
Seria hipócrita da minha parte, caso eu afirmasse aqui, que nunca bati na Beatriz. Porque eu bati. Bati e quando ela chorou eu chorei junto, porque eu perdi o controle sim.
O ato de bater uma criança é apenaas a forma de afirmar que perdemos o controle, a razão, que estamos deixando uma criança nos dominar, nos levar ao limite. E isso não faz bem nem para a gente, e muito menos para a criança.

Você gostaria de apanhar do seu marido? Ou até mesmo do seu pai, do seu irmão, ou do seu chefe! Só porque na concepção dele, você fez algo errado! E sim, é a mesma coisa. A única diferença é que uma criança é inferior a nós, não tem capacidade de se defender, muito menos de entender o porque daquilo.
Quando uma criança quebra algo e você bate, ela não entende que foi porque ela quebrou aquilo, e quando quebra algo de alguém tem consequencias, o que ela entende é " se eu quebrar, eu apanho e apanhar, dói" e só. Ela não aprende. Apenas acata.

As vezes eu ainda tenho de me segurar, respirar, fingir que não é comigo, porque é automático sim. Quantas vezes não mostrei a mão para ela, em forma de reprovação, fazendo ela entender que ela iria apanhar. E o que aconteceu?Quando ela se irrita com o gato, ou até mesmo com os primos ela faz o mesmo.

Quero deixar claro que eu cresci apanhando, e acho que a ultima vez que apanhei do meu pai, eu tinha por volta dos 16 anos. Se me educou, não sei se foi isso. Sei que violência gera violência, e antes eu achava normal bater, dar uma palmadinha no bumbum ou na mão. Mas não é normal.
Hoje, temos muito mais informações do que na época dos nossos pais, e porque não fazer bom uso disso? Porque sim, hoje existem N métodos de se educar uma criança, sem usar a violência e intimidação. 

Como já disse, acredito invasivo impor algo em relação a educação de uma criança, porém, vale lembrar que é necessário conscientizar cada vez mais que palmadinha não educa, humilha e machuca.
Uma criança não tem capacidade de entender o porque sua própria mãe está batendo, e não há justificativa que faça com que eu ache o contrário.  




Criança não merece apanhar.



Ps: quero deixar claro que a partir do momento em que digo  "As vezes eu ainda tenho de me segurar, respirar, fingir que não é comigo, porque é automático sim" quero dar a entender que não estou mais dando palmadinhas na Beatriz, já que a interpretação de texto faltou para algumas pessoas, e começaram a mandar indiretas. ;)

10 comentários:

Dina Ulbrich disse...

Eu quero escrever sobre isso tmbm né, mas faltou tempo!
Pra mim bater é covardia, não importa se é um tapinha, um soco, ou um espancamento, é agressão contra uma criança inofensiva.

Pra variar mandou bem amiga, sou sua fã kkkkkk

Jacqueline Braga disse...

eu tmb sou contra a palmadinha, o tapinha, taínha na mão, abomino quando vejo uma mãe mandando ver no filho na rua...
tmb quero postar sobre isso...mas amei seu texto e a forma que vc escreveu!
bjos

Bruno Ferreira disse...

É realmente um assunto delicado. Discordo totalmente da lei, pra mim é o caminho mais fácil. Praticamente tudo aqui no Brasil que é 'errado' é simplesmente proibido ao invés de conscientizar (sim, você já falou tudo isso, só to dizendo que não é só com essa lei .. hehe).

Não acho que seja certo bater em uma criança por ela ter quebrado algo ou por não obedecer (principalmente quando ela é muito pequena, como a Bia, para entender o que exatamente fez de errado), mas já apanhei em momentos que hoje eu vejo que 'mereci'. Já tomei um tapa na cara do meu pai depois de quase ser atropelado no meio de uma estrada. Na hora não entendi mas depois percebi que o medo dele vendo a cena foi tão grande que ele não teria freio pra se segurar.
Não acho que bater seja o caminho mais curto pra se educar uma criança, mas em muitos momentos em que eu apanhei quando mais novo (lá pelos 10~12 anos) eu sei que foi por ter abusado um pouco. As vezes nessa idade é até 'bom' pra mostrar que a criança não é dona do mundo e nem da verdade.

Mas claro, vai de pessoa para pessoa. Não sou pai (pelo menos não ainda e nem que eu saiba) e não me vejo batendo em um filho, mas tenho pra mim que dependendo da situação eu seria capaz e talvez até venha a achar que seja o 'correto' a ser feito.

Acho extremamente estúpido quando vejo uma mãe ou um pai batendo ou ameaçando o filho em publico também. Até por que, sendo errado ou não, vejo como algo particular entre pais e filhos, não é uma coisa pra ser feita/tratada em publico.

Érica disse...

Kira, amei seu post!

E tb gostei do comentário do Bruno.

Não sou a favor de tapinhas, mais tb confesso que já dei alguns nas minhas duas filhas.

Com a mais velha, hj com 12 anos, era mais fácil, se é que posso dizer isso, um simples não bastava para ela me obecer, mais lá pelos 10 anos começou a fase de achar que é grande e pode td e confesso que sim, perdi a calma e dei alguns tapas.

A pequena, com 3 anos, é mais geniosa e testa os nossos limites ao extremo e qdo o extremo extrapola... acabo me sentindo a pior pessoa do mundo por me permitir sair do eixo que deveria me guiar sempre.

Não, não concordo. Se faria denovo? Rezo para sempre ter controle e principalmente sabedoria nestas situações e espero, do fundo do meu coração, sem conseguir.

Rô Miranda disse...

Eu sou sua fã!
Assino em baixo! Beijos

Daniela disse...

vc falou tudo qdo disse que qdo a criança apanha, ela não sabe o motivo apenas acata...
muito mais fácil conversar ou até mesmo deixar de castigo (não deixar ela fazer algo que goste)
mandou muito bem no texto!
bjs

Anônimo disse...

Tb assumo que o filho já conheceu o pesinho da minha mão. E a conclusão a que cheguei é: bater não educa e só machuca. Machuca quem leva, mas machuca muito mais em quem dá. E se bati, fui por puro descontrole emocional.
Existem formas mais eficazes e menos desconstrutivas de se punir.
Jokas da Mi (diiirce.wordpress.com)

Tassi Bach disse...

Lembro que eu apanhei uma vez na minha vida, e não entendi por que tinha apanhado, só quando o meu pai parou e explicou. Apanhei, fiquei de castigo, eu tinha 6 anos. Lembro que eu fiquei mega revoltada, eu estava sentada na janela e dizendo pra minha irmã mais nova que eu iria fugir. Lembro como se fosse ontem, a minha irmã implorando com aqueles olhos gigantes e cheios de lágrimas para que eu ficasse e cuidasse dela. Eu não pulei a janela e fiquei com ela, o castigo era meu, mas ela estava ali comigo. Qdo fiquei grávida, essa cena veio como se fosse um flash back, todas as vezes que eu imaginava meu filho me desobedecendo. Eu tenho pavil curto, isso todo mundo sabe, e já peguei o Arthur fazendo arte, dei um grito, peguei ele pelo braço e quando ia bater no bumbum dele, eu via o meu pai fazendo o mesmo comigo naquele dia, e eu me seguro pra não repetir. Naquele dia, depois do meu pai ter fumado um maço inteiro de cigarros, ele me chamou, me colocou no colo dele e conversou. Pediu desculpas, disse que estava nervoso, que ele não deveria ter feito isso. Explicou que estava bravo por que ele pediu pra não empurrar a minha irmã da bicicleta, pro que ela estava aprendendo a andar, e eu tinha empurrado, mas para da impulso pra ela poder pedalar, mas ele explicou que era perigoso, ela poderia cair, e se machucar feito. Depois disso, meu pai até dava os berros dele, mas nunca mais levantou a mão ameaçando dar uns tapas. Isso ficou tão marcado em mim, que se eu der um tapa se quer no Arthur, é por que eu estou completamente fora do controle. Bjus, gata! ;)

Priscilla Perlatti disse...

Muito boa essa reflexão.
Quando me escapa um tapa me sinto uma loser, porque são elas testando meu limite e eu, boba, cedi. É difícil raciocinar num momento de raiva, onde a gente tá alterada, mas é preciso se segurar, respirar e se inspirar pra explicar que a mamãe tá brava e blá blá blá.
Beijo
Priscilla

♠ Lola Rodrigues... disse...

Foda é quem não bate e tbm não sabe educar... sabe, nem um nem outro?! gente passiva que acha tudo bonito?!

Cria playboy/marginal/whatever que só faz merda e não respeita nem a mãe....

Depois a mãe sai falando no polícia 24h, poxa eu nunca bati, aí vem um policial e bate...

Como vc sempre diz, nem todas nasceram pra ser mães... aí num tem solução mesmo, com palmada ou sem. #prontofalei.

Num é indireta pra ngmmmmmmm!!! Gosto do jeito que vc educa a Beatriz (pelo que eu leio né!) pq vc tem consciência de muita coisa, exatamente por já ter vivido... agora nem todos (os filhos no caso) tem essa sorte!