sábado, 24 de dezembro de 2011

O Natal para quem não acredita na biblia.

Eu sou pagã.
Minha mãe não me batizou quando eu nasci, porque ela sempre acreditou que se um dia eu quisesse seguir por qual caminho fosse, eu deveria escolher por mim mesma. Meu pai, mesmo sendo evangélico e batizado na Igreja Adventista do 7° dia desde 1900 e bolinha, sempre dividiu da mesma opinião.
Ele sempre procurou me " guiar " para aquilo que ele acreditava, me explicando, contando sobre, mas sempre deixou claro que eu seguiria o que quisesse. A escolha era minha.
E eu sempre estudei muito, estudei religião, estudei a bíblia com meu pai, estudei em um colégio adventista com aulas de religião, estudei outras crenças, e achei tudo muito válido para encontrar o meu caminho.

E foi assim que eu escolhi criar a Beatriz.
Para começo de história não a batizei na igreja católica, porque eu não vejo o menor sentido em batizar uma criança sem entender o que esta acontecendo.
Eu não a " apresentei" em igreja alguma. Porque também não vi necessidade disso, até porque eu não iria expor a minha filha - que até então não tem poder de escolha - a algo que eu não acredito.

Como já disse, meu pai é evangélico. Meus sogros, minhas tias. E por sorte a minha eles nunca influenciaram nesse ponto.
Minha tia levou a Beatriz uma ou duas vezes a igreja com ela, e o que eu penso sobre isso, é que eu não sei o que pensar. Eu não gosto de ser uma pessoa chata que impõe coisas a terceiros.

A parte mais complicada são os outros, ninguém gosta de ser criticado pela religião que "segue" porém a maioria adora criticar quem simplesmente não crê. E quando tem uma criança envolvida na história você é o capeta na terra. Porque é um absurdo você não batizar uma criança na igreja católica por simples... tradição!
Eu entendo quem queira batizar seus filhos, quem crê. Porque não entendem a minha não crença?


Agora, imagina você ter de conviver com pessoas que crê em algo, e tentar explicar a sua não crença. Ou até mesmo, mostrar para sua filha que datas como o Natal pode não ter ligação alguma com a bíblia.

O significado do natal para mim? É um data comercial. É uma data que aproveitamos para ficar junto dos familiares.


Sei que por enquanto ainda está fácil, já que a Beatriz não me faz perguntas, não entende muito sobre isso. Mas sei que essa hora irá chegar, e eu vou ter de explicar para a pessoa mais importante da minha vida a minha não crença sem influencia-la.




No mais, desejamos a todos vocês boas festas, comemoração com moderação, e que você crendo ou não em algo, que aproveite bem, abrace seus familiares e tenham boas recordações.

14 comentários:

David Musso disse...

O grande problema de se falar de religião é que religião é um assunto dogmático.

A grande maioria dos cristãos acham que estão blasfemando por simplesmente questionar. Argumentar sobre.

Eu sou daquelas pessoas que só acredita no semáforo - e olhe lá. Isto porque um dia questionei. E é isto que quero ensinar pro Murilo.

Quanto ao Natal? Não é só uma data comercial pro capitalismo. É também para a igreja.

Karina disse...

Eu tbm não batizei a Alice. A minha mãe tentou batizar na marra, mas o padre não deixou. Cada uma.

Cynthia Souza disse...

É muito complicado esse negócio de crer ou não crer, de ter ou não religião, principalmente com relação aos filhos, eu acredito em Deus e tenho fé, mais não participo de nenhuma igreja oficialmente, ora vou na católica, ora na evangélica, pra mim são locais que representam a casa de Deus, não há diferença, e vejo que muitos parentes ficam, horrorizados, mais não pode, ué porque não pode?
E quanto ao natal, o verdadeiro sentido pra mim é o que vc descreveu, pq quem estudou a bíblia e algo mais sabe que as datas não são corretas e que ajustaram festas pagas pra comemorar o nascimento de cristo, então pra mim não é real, é uma festa comercial que proporciona a união da família , uma bjks e um bom natal pro cêis ai tá.

Junia Cavalcante disse...

Isabela, penso exatamente o mesmo que você. Também não fui batizada e minha mãe me deixou livre para estudar as religiões até me encaixar em alguma (o que não aconteceu).

Qdo a Íris nasceu, o que mais me perguntaram foi se eu não iria batizá-la. E olhares de horror foi o que percebi qdo disse que não. Não quero forçar a minha filha a acreditar em algo que eu mesma não acredito. Sou a favor do poder da escolha dela, sempre.

Respeito mto quem crê em algo superior - se isso lhe faz bem - mas também gostaria que respeitassem a minha 'não crença'.

No mais, adoro seu blog, sua forma de pensar é diferente de tudo que leio na 'blogosfera materna'. Bjos!!

roupas de bebe disse...

Oi Isa,

Achei teu blog hoje e gostei bastante do modo como aborda os assuntos e sua forma clara de escrever. Parabéns!

Compartilho da tua opinião sobre o Natal, no que se refere a ser uma data estritamente comercial. Naturalmente, existe um apelo emocional, em grande parte promovido pela mídia. Afinal, as pessoas precisam ser motivadas a consumir e comprar tendo um fundo emocional como força motriz.

Embora apenas tenhamos opiniões divergentes quanto ao credo (sou cristã) - embora algumas pessoas gostam de colocar rótulos (perguntando se sou "evangélica", por exemplo), também não batizei minha filha, por entender que o sentido e significado do batismo nada têm a ver com o ato de batizar crianças que sequer fazem uso da razão.

Debates religiosos à parte, o mundo seria um lugar melhor caso não tivéssemos religiões que disputassem entre si por maior número de seguidores. De fato, o mundo necessita de maior tolerância, respeito e amor ao próximo.

Beijos
Ana Paula

Ba Moretti disse...

Sabe, é bem por aí. E que não venham com aquele papo de o aniversário é de fulano e não de ciclano. Cada um deve aproveitar essa data da forma que achar mais conveniente. Uns esperam pelos presentes, outros pela comida, uns pra celebrar a religião que seguem, uns pela reunião familiar. O importante é que cada um seja feliz com o que escolheu :)

Ana disse...

Oi Isabela, vim aqui agradecer a visita e aproveito para dizer que adorei o post. Sabe que eu estava pensando justamente nisso esses dias?

Não sei ainda no que eu acredito, mas estou inclinada a pensar que sou ateia, e me senti levemente incomodada com o bombardeio de mensagens carregadas de culpa no Facebook, do tipo "Como você se sentiria se comemorassem seu aniversário e não te convidassem?" Pois ainda que eu acreditasse em Deus (e ainda não sei se acredito ou não, rs), não acredito no Natal como aniversário de ninguém. Então me peguei pensando qual o sentido do Natal, de se comemorar o Natal e cheguei a conclusão que é, mais que um feriado religioso, uma festa cultural, celebração da família.

Acho que a vida seria bem mais bacana se cada um comemorasse o que acredita e deixasse quem acredita em outras coisas (ou não acredita em nada!) em paz.

Um beijo para vocês, e feliz ano novo xx

Maria Thereza Pinel disse...

Acaba que aqui em casa seguimos mesmo a tradição católica.A Lara foi batizada, e eu pretendo colocá-la no catequismo. Isso pois quero que ela conheça, pelo menos, essa religião. Não que eu seja, porque eu, assim como você, não creio. Acredito que há alguma força, destino, deuses, enfim... alguma coisa diferente relacionado à espírito, alma.... mas nada que me faça querer seguir alguma religião, pois em todas tem coisas que eu concordo, e MUITAS que eu discordo.
E quero dar essa opção de escolha para a Lara também. Mas que ela pelo menos conheça, antes de escolher, assim como aconteceu com você, e comigo (mais ou menos, porque eu acho que não conheço tanto, mas alguma base para a minha escolha, eu tive).

Acho que tem que haver esse respeito também. Muitos falam: tenha alguma religião, qualquer uma, mas tenha alguma. E isso sim, é chato. Melhor ter crenças e estar de bem consigo mesmo, que seguir mandamentos e regras, sei lá de quem!

Beijo!!!

Mari Mari disse...

Entao, um comentario catolico. Eu sou catolica, praticante, batizei meus filhos bem cedo (3 semanas), vamos pelo menos aos domingos a missa, e vamos durante a semana tambem. Faco isso porque acredito. E acredito no Natal como nascimento de Cristo, e foi o que fizemos no Natal. Fomos a missa, fizemos a ceia, e as criancas ganharam so um presente dos avos. Nos mesmos, pai e mae, nao demos presentes. Porque eu estou dizendo tudo isso? Porque eu acho que voce é absolutamente livre para crer no que quiser, e fazer sua filha crer no que quiser; vim dar um empurrao e dizer que, se voce realmente nao acredita no lado religioso do natal, sijoga no consumismo dele. E se nem o consumismo do natal te apetece, transforme o NAtal numa linda festa de fim de ano. Ou simplesmente nao comemore. pra que?, que é uma data religiosa e comercial? beijos! Feliz ano novo (que, com crenca ou sem crenca, é pra todos, hehe!)

Cristiane Aguiar disse...

Olá, sabe que tb demorei bastante para batizar meus filhos, só decidi batizá-los pq na escola onde estudavam, eles tiveram catequese, que eu poderia ter recusado, mas achei importante naquele momento e no 2ºano de catequese, fomos atrás dos padrinhos que foram pessoas escolhidas por todos nós, penso que devemos fazer o que melhor nos convir e agradar. Bjo e boa noite!

Thata disse...

Eu acredito no Natal como o nascimento de Jesus, sou católica praticante. Meu marido foi criado na igreja evangélica e sempre passou os natais na igreja, não montava árvore, não sabia o que era presépio e nem trocava presentes. Isso nunca gerou conflitos entre a gente. Ele escolheu me seguir por livre e espontanea vontade. Montamos árvore, passamos o Natal com a família e no dia 25 vamos a missa na igreja católica.
Eu acho que cada um segue a religião (ou religião nenhuma) que acha certa ou da forma que se sente melhor. Não critico nenhuma escolha, só critico o fanatismo e as pessoas que querem impôr suas crenças aos outros.

Dnise disse...

sabe eu acredito em Deus e vez ou outra vou na igreja católica c/ maridão...

qd minha filha nasceu eu tinha muita vontade de batizar, acho lindo a cerimônia...o tempo passou e a vontade diminuiu; dia desses comentei com meu marido e ele: -nao precisa batizar ela já é um anjo, já está protegida contra seja lá o que for, e tb nao precisamos apresentar na igreja pq Deus já conhece ela KKKKKKKKKKK eu ri muito!...

tb vou deixar minha baixinha escolher oq ela quer!
bjs

Maria disse...

Olá Isabela,

Sou católica, praticante, batizei meus filhos por acreditar que os pais têm o direito de transmitir suas crenças e valores aos filhos, se na idade adulta eles resolverem seguir outra coisa, ou mesmo não crer em nada, eu vou ter que respeitar.

Concordo com você não ter submetido sua filha a nenhum ritual, seja católico ou evangélico, afinal de contas, se a mãe não crê, não faz sentido mesmo... e as pessoas têm que respeitar a sua escolha.

Um abraço e tudo de bom para você e a sua Beatriz.

Josi artes disse...

Respeito o direito de crença de cada um.Concordo com vc no q diz respeito a batizar uma criança,essa decisão é pessoal e isso requer maturidade q uma criança obviamente não tem.O fato do próprio Jesus ter se batizado já adulto nos dá o q pensar...