Sempre fui acostumada a receber olhares e comentários de reprovação, as vezes por atitudes, muitas pelo modo de me vestir, portar, e minhas crenças.
Mas isso nunca me atingiu, de uma forma direta mesmo, aprendi a ignorar. E respeitar as outras pessoas, pelo que elas são REALMENTE não o que aparentam ser.
Apesar de que, hoje,
a primeira impressão é sempre a que fica. E muitas pessoas não se dão ao trabalho -
talvez por falta de interesse, outra pela mania de sempre julgar - de conhecer alguém de verdade, saber das suas ideias, crenças, costumes, ou o que ela realmente é por baixo daquela "casca".
Depois que me tornei mãe, comecei a me importar mais com isso, porque os olhares e comentários começaram a me incomodar. Sou nova, tenho tatuagem, piercing, alargador, já tive o cabelo de todas as cores imagináveis, uso roupas "
não muito normais para os padrões maternos", e ando com uma criança linda a tira colo!
Me acostumei a pessoas perguntando coisas como:
- E se quando ela crescer e quiser fazer tatuagem vai deixar?
E acredito, que é ai que entra a tal
"Educação de Berço" .
E eu digo a vocês, que se um dia a Beatriz que seja com 15 anos, quiser fazer uma tatuagem, eu deixo. Eu vou com ela, procuro um bom profissional, converso bastante com ela para saber se realmente ela quer fazer. Afinal, é algo que é para a vida toda.
Minha primeira tatuagem foi com 15 anos, escondida, meu pai ficou sabendo 9 meses depois por que contei, tive a sorte de ter uma amiga - mais velha - que me levou ao local, totalmente limpo, seguro, perfeito, e ter o bom senso de fazer uma tatuagem pequena, discreta, e em um local que não me atrapalharia em busca de um emprego futuramente.
Porque sim,
O PRECONCEITO EXISTE.
Conheço muitas pessoas que no local de trabalho recebe olhares tortos e perguntas inconvenientes por conta de tatuagem, e até mesmo, perde venda, cliente, etc por conta disso. E isso nada mais é, do que preconceito. É clichê,
mas tatuagem não muda carater.
Eu não quero que a Beatriz seja uma pessoa preconceituosa, a
pesar do preconceito existir dentro de todos nós, e seria hipócrita dizer que não existe. Dizer que você não fica preocupado quando chega na sua casa e vê um rapaz se aproximando de short e blusão, boné, e já pensa que pode ser assaltado, tudo por conta de um
ESTEREÓTIPO.
Ai que entra a educação de berço, ensinar e dar exemplo. Afinal, somos o espelho para nossos filhos.
Preconceito e pre-julgamento existe em todo lugar. Você sofre isso pela sua crença, pelo seu estilo de vida, por ser homossexual, por sua raça.
E muitas das pessoas que se dizem livres desse "mal" é os que mais comete, principalmente, porque só sabe
defender suas crenças e ideias, ofendendo as dos outros.
Muitas vezes, comentei que não gostaria que minha filha achasse
"correto" o fato de um casal homossexual se
"pegar" na rua. Muitas vezes fui criticada por isso. E não acredito que isso seja preconceito da minha parte, afinal, seria bem hipócrita eu dizer isso.
Se a Beatriz um dia chegasse e me dissesse que é homossexual, entenderia, não julgaria, e
RESPEITARIA essa escolha dela. Não apenas por ela ser minha filha, mas como respeito qualquer amigo meu que me conta algo do gênero, porque sim, tenho amigos homossexuais.
O que sou contra, é a vulgaridade. A falta de respeito com o próximo. Assim como não gosto da falta de respeito de um casal heterossexual se pegar (
e quando eu digo se pegar, é aquela falta de respeito mesmo, que não preciso entrar em detalhes, afinal existem lugares - como motel - para fazer certas coisas) em um local publico, com a minha filha ali por perto, assistindo a tudo aquilo.
E isso não é absurdo, porque eu já vi. E isso não significa que todos seja assim, óbvio, mas o que quero dizer é que, não é porque você é homossexual, e existe uma lei que "obriga a todos te respeitar" que você deve desrespeitar os outros com certas atitudes.
E isso vale para TUDO, independente de ter uma lei ou não para isso.
E você, já sofreu algum preconceito?